Monday, March 19, 2007


"Allgarve"


banda sonora: ABBA - Fernando


Hoje de manhã apareci na faculdade para a aula das 9:00. Sendo sempre um sacrificio aparecer cedo, pior é descobrir que não tinha aula às 9:00. Pior, começou a nevar inesperadamente.


De volta a casa, com três horas para gastar, decidi ver o "Público", clickando distraidamente pelas diversas notícias do país, Portas vai voltar ao CDS (memória curta, a dos Portugueses, ou será medo desespero do partido do taxi?), soldados voltam da Bósnia e finalmente, uma pequena notícia chamou-me a atenção. A nova marca promocional do Algarve é "Allgarve", com crítica do líder do CDS Algarve à proposta incluída baseado em "falta de bom gosto" (deve ter sido incluido o vício no Código de Procedimento Administrativo numa das mais recentes reformas, vício do acto por falta de bom gosto). Não entrando realmente na discussão sobre o gosto da proposta, várias questões me aparecem na mente, as quais não são minimamente exploradas na reportagem:

- Porque é que as campanhas promocionais mudam de 2 em 2 anos, ou de 3 em três anos. Gastam-se milhões de euro em cada promoção, mas depois abandona-se, ou se vende o mais fotografado buraco de golfe do mundo (o caríssimo buraco sete do Vale do Lobo), ou cria-se um simbolo para o turismo de Portugal que, quando começa a ser reconhecido, é deitado ao lixo, enfim, se todas as marcas de sucesso fizessem o mesmo, dúvido que seriam marcas de sucesso, podem imaginar a coca-cola com rótulo azul?, ou chá lipton com um logotipo diferente? Nós por cá não, adoramos mudar as coisas, até a bandeira mudavamos todos os anos se fosse possível (e à minima revolução, saca as coras Portugueses de há setecentos anos e vamos por verde alface com vermelho sangue - ainda que considere pouco claro se não teremos inspirado metade das bandeiras de Africa com a nossa -, a proposta do Guerra Junqueiro de tirar a coroa e deixar a bandeira era pouco radical para a altura. Será que houve concurso público? e "luvas"? Bom, deixemos a especulação. Na verdade não esperava que a reportagem sobre o "Allgarve" trouxesse uma reviravolta de 360 graus e fizesse profundas reflexão sobre a nossa vontade constante de mudança (que até considero boa) e os seus reflexos na incapacidade de fazer uma campanha de marketing decente (o que considero uma lástima).

O que esperava era que alguém perguntasse até que ponto existe involvimento do poder local numa campanha de promoção de uma região. Será possivel que toda a politica que, pelo que reza a noticia, terá repercussões nos próximos três anos de turismo algarvio, seja decidida sem a participação do poder local? Onde entram, não só os politicos mas as associações hoteleiras do Algarve? Principais beneficiados ou prejudicados com uma (in)correcta promoção da sua região? Bom, mas aparentemente o PSD foi totalmente apanhado de surpresa com uma nova campanha com orçamento de milhões de euro de promoção turística do Algarve.

Sempre achei que a diferença entre investimento e desperdício de dinheiro se via, não nos resultados finais da campanha, mas no planeamento que subjaz à dispendiosa campanha realizada.

1 comment:

Anonymous said...

oi.....encontrei-te