Wednesday, February 21, 2007


Maastricht


Banda Sonora: Brazil (by Pink Martini)

Maastricht (leia-se mAstrrrrrrrreisccchh-cuidado para nao cuspirem inadvertidamente- te) e a capital Holandesa do Carnaval. Se querem saber, vale a pena ver, vale muito a pena ver. Toda a cidade se enche de Holandeses impecavelmente trajados, enchem os bares, ressoa a musica de carnaval holandesa (nada de horriveis Brasileiradas), todos dancam, todos bebem, todos brincam.

Sempre, desde que aqui estou e vi uma festa de rua, achei os Holandeses muito inocentes na forma como se divertem. Sao, de facto, mas uma inocencia bonita e saudavel (ok, nao ha nada de saudavel em beber os litros de cerveja que bebem), mas nao sao chatos, nao sao bebados maus, falam normalmente com as pessoas dentro de limites muito certos, nao ha, enfim, maos em sitios errados, rixas despropositadas, caras mal humoradas e pessoas capazes de fazer julgamentos com extraordinaria facilidade.

Numa cidade fantasiada como era Maastricht, vi de tudo e de todos. Fatos comprados, fatos que demoraram meses a fazer (uma determinada casa interpelada no meio da rua disse que tinha comecado a fazer o fato em Novembro, trabalhando todos os fins-de-semana cerca de 10 horas por dia) e fatos mal-arranjados tirados a correr do armario (embora esses casos sejam mais raros, o Holandes liga muito a preparacao da festa, nesse sentido, sinto que em Portugal, no carnaval, ha mais desleixo com a roupa, a festa interessa mais).

Um dia de carnaval la passado e divertido. Uma pessoa pode chegar sem conhecer a cidade e percebe logo onde e o centro, so tive de seguir duas "strumfinas", depois bebe-se uma cerveja conversando amigavelmente com uma girafa que ja esta meia virada do alcool, passa-se ao bar seguinte, almoca-se com um par de piratas e uma mumia, conhece-se um boxeur com o olho negro, paga-se uma cerveja a um mercenario suico, pedem-se direccoes a uma fada, no fim do dia, vem a conversa no comboio com uma sexy pantera cor-de-rosa. O revisor entrou na carruagem e falou para toda a gente ouvir. A minha querida pantera cor-de-rosa traduziu: " Nao precisam mostrar os bilhetes, como eu sei que muita gente, hoje, nao tem, eu nao vou pedir para nao estragar a noite a ninguem"

E carnaval, ninguem leva mesmo nada a mal...

Wednesday, February 14, 2007



Homus homini lupus


Banda Sonora: Iggy Pop & the Stooges- Search and Destroy
Imagem: "The Thing" de John Carpenter




Na segunda-feira fui sair, fui ao Odessa, the "Big-O", como lhe chamo. Admito que bebi um pouco demais, estava frio la fora, a cerveja estava a saber bem, assim como a companhia. Por vezes, em fases de melancolia, tenho tendencia a embarcar no "Big O" e deixar-me levar naquela noite de estudantes internacionais, ver as caras de ca que ja conheco, cruzar-me com um par delas novas, saber que a noite vai acabar por volta das 4 da manha a enfrentar o frio da Breestraat no regresso a casa. Desta vez contudo, fui traido. A determinada hora que podera ser determinada para outros mas nao para mim que ja estava num estado em que pouco poderia determinar, dei por mim sentado numa mesa a conversar com uma holandesa que havia vivido em Madrid. De tudo um pouco falamos sobre esse pais de presuntos pendurados. o Jason e o Yavor por la andavam tambem, falando com pessoas, trazendo e levando copos, atirando isqueiros pelo ar, enfim, o habitual.


Contudo, dei por mim apos pouco tempo em profunda e agradavel conversa com a Holandesa, de nome Ellen, agora ja nao sentados mas de pe perto do bar, musica alto, mas nao tao alto para ela ter de se aproximar de mim para falar. Acabei, sem dar por isso a trocar numeros de telefone e nesse momento, que santo momento, a minha alma disparou, os alarmes de velho cao sabujo que se arrasta ha anos por bares e comeco a olhar, olhar melhor...olhar BEM. A minha querida Ellen, simpatica, tao derretida, meus amigos...algo havia de errado e sim havia, ela cheirava mal.




Ela cheirava mal, aquele humano cheiro de cheirar mal, aquele metro de Lisboa as quatro da tarde de dia de verao a passar pelo intendente cheirar mal. Depois do meu apurado sentido olfatal detectar isso, (que, na verdade, nao precisava ser ser tao apurado como isso, pois agua de rosas ali nao chegava, era mesmo preciso lixivia), depois veio tudo o resto. Era feia, era gorda e era...menor de idade.




O Jason e o Yavor nao fizeram nada para impedir um desastre que podia ter acontecido...be afraid...be very afraid...




Cuidado com as setas, magoam se espetadas com forca
Banda Sonora: Clap your Hands say Yeah! - Is this love
Ok, de volta! Andei ocupado nos ultimos tempos, ok, ok, tambem nao devem ter sentido muito a minha falta.
Hoje e dia dos namorados, "schmuk" dia dos namorados. O melhor deste dia e o facto de que durante o resto da semana todos os coracoes encarnados e fuleirices cor-de-rosa proprias da data vao desaparecer das montras. Nao vou comecar a reclamar por aqui contra toda a piroseira da data, nem sacar das tipicas frases de: "porque um dia quando deveriamos recordar o valor do amor todos os dias que passam" (afinal, natal e quando se quiser, dia dos namorados poderia ser igual), isto porque nao faco parte do movimento de accao ou do movimento de reaccao contra o dia dos namorados. Passo a explicar:
Movimento de accao do dia dos namorados:
Pessoas que planeiam a data, pessoas que gostam de coracoezinhos, pessoas que querem surpreender e ser surpreendidas, escolher jantares em restaurantes cheios. Pedir que passe uma mensagem de amor no estadio da luz de hoje a noite, contar trocos para gastar em piroseiras no Colombo, escolher a melhor camisa e ate quem sabe...comprar roupa interior que contraste com a roupa interior de algodao diariamente usada. Enfim, tudo o que se possa imaginar de piroso, eu atiro para a categoria do movimento de accao do dia dos namorados. Tem algo de bonito, sim, certamente tera.
Movimento de reaccao contra o dia dos namorados:
Pessoas que, aterrorizadas com a chegada da data, semanas antes comecam a referir a toda a gente o horrivel dia que se aproximam, ja repararam que normalmente tomamos conhecimento da chegada da data atraves de um comentario de alguem que vive na enorme angustia de nao ter ninguem e o seu gato nao dar valor ao dia que se aproxima miando-o com indiferenca? Normalmente comigo e assim que tomo consciencia deste dia, alguem comenta: "Bem, para a semana vem aquela horrivel data do dia dos namorados". O comportamento antropologico mais observado dentro deste gado de pessoas e "o jantar com amigas". O publico feminino neste grupo tem a tendencia para fazer "o jantar de amigas". Nao me interessa, podem por a maquiagem e o perfume que quiserem, mas cheira-me sempre a frustracao. Os homens, esse, ao menos tem tendencia a fechar-se em casa a embebedar-se sozinhos. Valha a honra masculina!
Ca por mim, tendo passar ao lado dos dois movimentos. Anseio apenas que as horriveis decoracoes de lojas desaparecam, que o puto rechonchudo com as setas volte ao caixote e esforco-me por nao me juntar a qualquer desses movimentos. De qualquer forma, porque pode s er que seja impossivel, fico em casa a embebedar-me sozinho. Hoje, pior, vou acabar no Einstein.
entretanto nao falei do que queria falar, ver se faco outro "post"
coup d'oeil
banda sonora: Tom Waits - Down there by the train





Welcommen Winter!


Friday, February 02, 2007

A raposa e o burro
Até agora ainda não quebrei nenhuma das promessas para '07 feitas no ano novo.
Tal facto não pode ficar sem ser indicado e celebrado.
Serei um homem novo com uma força de carácter que antes não tinha? Definitivamente não.
Terei sido mais modesto este ano? Bem pelo contrário...
Apenas as fiz a partir de Setembro.
É isto a idade, cada vez mais longe da agilidade da raposa e cada vez mais teimoso como um burro (isto é claramente dar o flanco a bocas, admito, mas o efeito BDB de ontem continua).



Gerúndio





banda sonora: Badly Drawn Boy - Silent Sigh

Flores, flores, coisas bonitas. Mundo real como apenas imaginado! Amsterdão cheia de nevoeiro, Leiden também, uma sessão no "paradiso", o Badly Drawn Boy a tocar, imagino-o a conduzir para o estudio no seu "mini". Holandeses como estátuas a ouvir o concerto, aplausos no final. Uma sensação de levitar no final de uma sessão de acordes alegres. User o gerúndio e sentir a constante progressão com que esse tempo verbal nos conforta. Digo, vai confortando...
Lembrando histórias de crianças. Deixo o link.


Gosto de toda a gente, I should be more of a people person.